(Já leu os posts iniciais sobre Natureza Morta? Parte I e Parte II)
Depois de dois posts inteirinhos falando sobre a história,
os grandes nomes e o significado profundo da natureza-morta, chegou a hora de
colocar a mão na massa (ou melhor, na mesa!). Porque se tem uma coisa
maravilhosa nesse gênero é que ele é incrivelmente acessível. A gente não
precisa de muito para criar imagens belas, poéticas ou surpreendentes.
Abaixo, reuni dicas práticas para quem quer começar (ou
continuar) a fotografar natureza-morta, usando o que já tem em casa, com luz
natural e sem precisar de um caminhão de props.
Comece com o que você tem
Simples assim. Olhe ao redor: uma fruta, uma xícara, um
livro, um ramo seco, um pedaço de tecido. Natureza-morta é sobre observar e
compor. Não se trata de ter objetos raros ou cenografia de cinema. O que
importa é a forma como você organiza os elementos e o que você quer dizer com
aquilo.
A luz é tudo (e a janela é sua melhor amiga)
Luz lateral vinda da janela é perfeita pra natureza-morta:
suave, natural, bonita. Experimente diferentes horas do dia. Use tecidos claros
como difusores, cartolina branca como rebatedor, e cartolina preta pra bloquear
a luz e criar sombras dramáticas. Controle a luz, e você controla o clima da
imagem.
A composição é sua pintura
Use a regra dos terços, pense no equilíbrio dos pesos
visuais, brinque com linhas diagonais e com a altura dos objetos. Observe como
seu olhar caminha pela imagem. O que chama a atenção primeiro? Tem algo
distraindo?
Fundo importa (e muito)
Evite fundos poluídos. Papel kraft, tecido de algodão,
madeira velha, uma parede simples... todos funcionam. O fundo é como o silêncio
numa música: ele dá espaço pros objetos respirarem.
Cor e textura: use com intenção
Objetos coloridos se destacam mais em fundos neutros.
Texturas diferentes criam contraste visual. Um limão rugoso ao lado de um copo
de vidro liso, por exemplo, é uma combinação simples e cheia de interesse.
Menos é mais (quase sempre)
Resista à vontade de colocar tudo na cena. Escolha um núcleo
visual e tire o que está sobrando. Um bom exercício é montar a cena,
fotografar, e depois tirar um objeto. Quase sempre a imagem melhora.
A edição também faz parte
Mesmo que você goste de fotos mais naturais, um pequeno ajuste de contraste, balanço de branco e nitidez pode transformar a imagem. Lightroom, Snapseed, VSCO... qualquer editor simples dá conta do recado. E se você usa RAW, tem ainda mais controle.
INSPIRAÇÕES E EXERCÍCIOS CRIATIVOS
Um objeto por dia
Escolha um objeto diferente a cada dia da semana e fotografe
ele com luz natural, em diferentes fundos ou angulações.
A mesma composição com diferentes luzes
Experimente a mesma cena de manhã, à tarde e no fim do dia.
Veja como a luz muda a atmosfera.
Uma homenagem a um artista
Tente compor uma cena inspirada em Morandi, Matisse, ou
mesmo nos retratos surreais do LaChapelle. Não precisa copiar, mas é legal
estudar como eles organizavam forma e cor.
Tema da semana: frutas, objetos de vidro, utensílios,
papel
Crie um mini projeto com variações sobre o mesmo tema. Isso
ajuda a observar mais e fotografar melhor.
Tema da semana: frutas, objetos de vidro, utensílios, papel Crie um mini projeto com variações sobre o mesmo tema. Isso ajuda a observar mais e fotografar melhor.
Fotografar natureza-morta é uma forma incrível de aprender
sobre luz, composição e intenção na imagem. Também pode ser uma prática
meditativa, uma forma de desacelerar e prestar atenção aos pequenos detalhes. E
você não precisa sair de casa pra isso.
Se você já pratica, espero que essas dicas tragam novas
ideias. Se ainda não começou, essa é a deixa.
Agora me conta: qual vai ser seu primeiro (ou próximo) objeto fotografado?
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