Sunday, March 2, 2025

ANDRÉ KERTÉSZ

 

"I'm an amateur and intend to stay that way for the rest of my life." (André Kertész)

(escrito originalmente no blog antigo, postado em 2017)
André Kertész nasceu em 1894 em Budapeste, no Império Austro-Húngaro e morreu aos 91 anos em Nova York. Era de uma família judaica de classe média e, com a morte de seu pai, quem passou a sustentar sua família foi o irmão de sua mãe. Kertesz, a mãe e os irmãos, então, se mudaram para a propriedade de campo do tio no interior do país. A vontade dele era que Kertész fosse trabalhar na bolsa de valores depois que se formasse, mas o interesse de Kertész sempre foi o lazer e as artes. O primeiro contato que teve com fotografia de revista o inspirou a aprender o ofício e ele foi um autodidata. 

Em 1912, após juntar dinheiro, Kertész comprou sua primeira câmera, uma ICA Box e, em seu tempo livre, fotografava mendigos, ciganos e as paisagens das planícies húngaras. Suas primeiras fotos foram publicadas pela revista Érdekes Úgsag durante a 1ª Guerra, enquanto o fotógrafo servia o exército de seu país. Tirou fotos nas trincheiras mas muitas foram destruídas na revolução húngara em 1919.

Devido à crise política e a chegada do comunismo, Kertész decidiu que emigraria para a França para estudar em alguma escola de fotografia mas acabou ficando por causa de sua mãe. Alguns anos depois, porém, em 1925, deixou a família e a noiva para trás e se mudou para a França. A partir daí obteve algum sucesso comercial e de crítica em vários países europeus.

Com a tensão pelo crescimento do nazismo e a perseguição aos judeus, Kertész e a esposa emigraram para Nova York (1936). Sua adaptação foi pior do que imaginava pois fôra privado da companhia de seus amigos artistas ao mesmo tempo em que descobriu que os americanos não gostavam de ser fotografados nas ruas. Após contatar o diretor de fotografia do MoMA, conseguiu que algumas de suas fotos fossem colocadas em uma exposição. Trabalhou para revistas como a Harper's Bazaar e Town & Country.

Em 1941, Kertész e a esposa foram denominados inimigos por causa da 2ª Guerra e ele foi proibido de fotografar nas ruas e de fazer qualquer projeto ligado à segurança nacional. Para evitar problemas, já que sua esposa tinha começado uma empresa de cosméticos, ele desapareceu do mundo fotográfico por algum tempo.

Em 1946 fez um contrato de longa duração com a revista House and Garden que o pagava bem e o permitiu fotografar casas e lugares notáveis tanto nos EUA quanto no exterior e ele, então, pôde viajar, retomar antigas amizades e fazer novas também. A revista publicou mais de três mil fotos de Kertész e ele, com isso, ganhou boa reputação. Entre 1927 e 2012, teve seu trabalho exibido em várias cidades e lançou dezenas de livros. 

Kertész era relativamente desconhecido e raramente citado, especialmente por trabalhar mais nos bastidores, o que fez com que passasse sua vida achando que nunca teve o devido reconhecimento. Segundo ele, apesar de ter obtido prêmios e ter tido seu trabalho exposto, só veio a ter reviews positivos após expor no Instituto de Arte de Chicago em 1946. Hoje em dia, Kertész é considerado o pai do fotojornalismo e até Cartier-Bresson disse que devemos muito a ele. Aos 90 foi questionado por que ainda fotografava e respondeu que ainda estava faminto.



























Algumas polaroids (ver vídeo abaixo):












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