Sunday, April 6, 2025

JOEL MEYEROWITZ

"Nós pensamos na fotografia como imagens. E ela é. Mas eu a vejo como ideias. As imagens sustentam suas ideias ou são apenas boas imagens? Quero ter uma experiência no mundo que seja profunda, que me faça sentir vivo, desperto e consciente." - Joel Meyerowitz

Se você deseja aprender fotografia ou simplesmente refletir sobre ela, Joel Meyerowitz é alguém para observar de perto. No alto dos seus 86 anos, ele continua ativamente compartilhando conhecimento, seja por meio de livros, aulas ou entrevistas. Generoso ao ensinar, ele não guarda segredos: revela seu processo criativo, suas escolhas e até seus erros, sempre com entusiasmo. De seus fotolivros clássicos aos cursos no MasterClass, Meyerowitz prova que a fotografia é tanto um ato de ver quanto de ensinar a ver.

Nascido em 6 de março de 1938 no Bronx, Nova York, Meyerowitz cresceu cercado pelo dinamismo das ruas da cidade, algo que mais tarde se tornaria o coração pulsante de sua fotografia. Antes de pegar uma câmera, trabalhava como diretor de arte em uma agência de publicidade. Sua trajetória mudou radicalmente quando viu Robert Frank fotografando em ação. A partir desse momento, soube que queria fazer o mesmo: capturar a vida como ela acontecia, sem ensaios, sem intervenções, apenas o fluxo natural das coisas.

Na década de 1960, Meyerowitz começou a fotografar Nova York em preto e branco e logo se tornou um dos pioneiros da fotografia colorida, numa época em que a cor ainda era vista com certo preconceito no meio artístico. Com uma Leica em mãos e um olhar afiado, ele explorava as ruas da cidade, registrando cenas cotidianas com um senso de timing impecável e um uso magistral da luz e da composição.

Seu nome se consolidou no mundo da fotografia com a publicação de Cape Light (1978), um dos livros mais importantes da fotografia em cores. A obra traz uma série de imagens feitas em Cape Cod, onde Meyerowitz explorou a transição da luz ao longo do dia, criando fotografias etéreas e quase meditativas. Esse trabalho foi essencial para a aceitação da cor na fotografia artística, influenciando toda uma geração de fotógrafos.

Outro projeto marcante foi Aftermath (2006), em que Meyerowitz foi o único fotógrafo com acesso irrestrito à "zona zero" após os ataques de 11 de setembro. Durante nove meses, documentou a destruição e a reconstrução do local, resultando em um dos registros mais significativos da tragédia.

Além desses, Meyerowitz publicou diversos livros e realizou projetos que marcaram sua carreira:

  • Bystander: A History of Street Photography (1994, coautoria com Colin Westerbeck) – um estudo abrangente sobre a fotografia de rua.

  • Wild Flowers (1983) – uma abordagem mais leve e poética, explorando a beleza das flores.

  • Taking My Time (2013) – um extenso livro retrospectivo de sua carreira.

  • Where I Find Myself (2018) – uma autobiografia visual que revisita suas principais fases fotográficas.

  • Provincetown (2019) – um olhar sobre a icônica cidade litorânea, onde o fotógrafo passou muitos verões.

Com uma carreira que atravessa mais de seis décadas, Joel Meyerowitz continua sendo uma referência fundamental na fotografia de rua e na exploração das possibilidades da cor. Seu trabalho nos lembra que a fotografia é, antes de tudo, um exercício de observação e paciência – uma dança entre o fotógrafo e o mundo ao seu redor.




VÍDEOS INTERESSANTES

Aperture Conversations | Joel Meyerowitz sobre sua carreira de 58 anos (vídeo de 2020) com Chris Ryan, o fundador do Masters of Photography

Cor e P/B: uma questão fotógrafica -  Cecato comenta sobre o trabalho do de Meyerowitz, em especial o uso da cor nas imagens de Cape Light com mais profundidade:

Joel Meyerowitz fala sobre os verões que passou fotografando Provincetown. Em especial, mostra e conta histórias de alguns das centenas de retratos que fez:


LINKS INTERESSANTES


LIVROS:

Joel Meyerowitz publicou mais de 40 livros. Entre eles, How I Make Photographs, Cape Light,  St. Louis and the Arch, Tuscany: Inside the Light e Seeing Things (feito para crianças, mas todo mundo deveria ler).

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